Entrevista ao novo Presidente do Escola Velha
Realizou-se a 16 de Janeiro a Assembleia Geral que elegeu os novos Corpos Sociais do Escola Velha Teatro de Gouveia.
Como tal, é tempo de perceber quais as metas, os sonhos e os compromissos assumidos pela nova Direção. Para isso, estivemos à conversa com o novo Presidente, Carlos Bernardo.
Realizou-se a 16 de Janeiro a Assembleia Geral que elegeu os novos Corpos Sociais do Escola Velha Teatro de Gouveia.
Como tal, é tempo de perceber quais as metas, os sonhos e os compromissos assumidos pela nova Direção. Para isso, estivemos à conversa com o novo Presidente, Carlos Bernardo.
P: Comecemos pelo fim… como gostaria de ver o Escola Velha no final deste mandato?
Carlos Bernardo (CB): Acima de tudo gostava de ver o grupo se não com uma dinâmica maior, pelo menos, com a mesma que tem tido ao longo destes anos. Penso que é do conhecimento de todos que o E.V é, sem dúvida, uma das colectividades do concelho de Gouveia que mais atividades promove ao longo do ano.
Gostava ainda que as pessoas vissem e reconhecessem o E.V, como uma colectividade de referência, que tem como palavra de ordem “a cultura para todos”.
P: Teatro, música, debates… o que mais poderá o público esperar do Escola Velha em 2016?
CB: Além de teatro, com duas novas produções e a Mostra de Teatro, continuamos com a boa música do nosso grupo de fados - que já se encontra a preparar outros tipos de espetáculos musicais, por forma a chegar e cativar outro tipo de público. Para este ano, temos uma novidade que é o ciclo de debates 2 À SEXTA onde pretendemos abordar os mais variados temas de forma séria e refletida.
Podem contar também com um conjunto de atividades como a formação dos elementos do grupo, podendo ainda haver a possibilidade de termos formação para crianças e jovens. Teremos também o Festival da Praça das Origens, com algumas inovações, o Centro de Recursos continua disponível e acessível a toda a comunidade, o Dia dos Amigos, a dinamização do nosso auditório com atividades organizadas por outras coletividades que assim o queiram, entre outras realizações que temos previstas no nosso plano de atividades.
P: Com produções tão distintas, que targets procura o Escola Velha alcançar com a sua atividade?
CB: A variedade das produções realizadas faz prova de que pretendemos alcançar o mais variado tipo de targets, até porque o Escola Velha tem conseguido ao longo destes 18 anos cativar um público das mais variadas faixas etárias e de gostos múltiplos. Sempre com o profissionalismo que nos é caraterístico e com um plano de atividades diversificado, queremos proporcionar bons momentos de cultura a todos os públicos.
P: Ao longo dos anos tem-se assistido a uma migração das populações do interior para o litoral. Como deve o grupo acompanhar esta tendência?
CB: O Escola Velha não quer acompanhar essa tendência, pelo contrário, nós queremos com as nossas atividades e dentro das nossas possibilidades, contribuir para reverter essa situação.
O que queremos é ajudar Gouveia e a nossa região proporcionando um conjunto de atividades culturais de modo a que a população não sinta a necessidade de sair para passarem bons momentos com boa cultura.
Sabemos que só por si o que fazemos não é suficiente, mas se todos nós que cá vivemos, fizermos o que nos compete, tenho a certeza que, com o passar dos anos, poderá haver um regresso de pessoas ao interior.
P: Que mudanças trouxe a nova Sede (inaugurada em Março de 2015) na dinâmica do grupo?
CB: Durante 17 anos, o Escola Velha saltou de espaço em espaço. Apesar de toda a instabilidade que isso possa ter provocado em todos os atores, encenadores, técnicos ou simples colaboradores, sempre nos empenhámos para fazer bem e com qualidade. Com uma sede nova, e com as condições que tem, tenho a certeza que vamos fazer ainda mais e melhor, ou melhor dizendo, já estamos a fazer mais e melhor, basta ver o que já realizámos desde a inauguração. E, não me refiro só às atividades que fizemos no novo espaço, refiro-me a todos os eventos realizados, porque com a nova sede, temos condições técnicas e logísticas que não tínhamos antes e isso permite-nos fazer mais e muito melhor.
P: No seu primeiro ano, o Auditório do Escola Velha recebe nomes tão distintos como Henrique Feist, São José Lapa (padrinhos da nova Sede), Carlos Mendes, Leitão Amaro ou Pompeu José. O caminho também passa por aqui?CB: Não tenho a mínima dúvida que sim. Pelo menos, é essa a nossa intenção. Aquando da inauguração, dissemos que esta nova sede não é só do Escola Velha. Sim, somos nós que gerimos, mas está aberta a toda uma população que queira aproveitar as condições do espaço para realizar os seus eventos. E isso já começou a acontecer, lembro que no ano passado a Junta de Gouveia comemorou o 1º de Maio nas nossas instalações e que o grupo NOW fez lá a apresentação do seu espetáculo.
O Escola Velha é, e sempre foi, uma coletividade aberta, não olhamos só para o nosso umbigo, nós queremos que Gouveia cresça económica e culturalmente e se houver um trabalho em parceria, temos a certeza que isso será bom para todos. Temos de aprender com os erros do passado e não começar a criar infra-estruturas sem regras. Se existe uma coletividade em Gouveia que tem um espaço com um auditório para cerca de 80 pessoas e está disponível para toda uma região, temos de o saber aproveitar e rentabilizar. Não podemos é estar a criar auditórios a torto e a direito em todas as associações, fazendo com que mais tarde ou mais cedo não haja gente para frequentar e aproveitar esses espaços.
P: Aquando da inauguração da Nova Sede, o Escola Velha presenteou Gouveia com um videoclip de homenagem à cidade. Da mesma forma, em Junho celebrou-se a tradição com o Arraial de Santo António e em Agosto voltámos a ter o Festival da Praça das Origens. Faz parte do ADN do Escola Velha recuperar as raízes e tradições gouveenses?
CB: Penso que devia fazer parte do ADN da maioria das associações do concelho recuperar as raízes e tradições gouveenses. Sou apologista da realização de eventos novos e inovadores, mas sou muito mais de revivermos e reinventarmos as nossas tradições. Não há futuro se esquecermos o nosso passado e, se a esse passado dermos alguma inovação, certamente que será uma aposta com futuro e do agrado de todos.
Mas também é necessário que quem organiza, tenha em atenção o que já é feito para não estarmos a fazer o mesmo que fazem os vizinhos do lado. É necessário fazer, mas fazer diferente para que todos possam ter o seu espaço.
P: Em 2015 esteve em cena a comédia “A Portuguesa Club” e “Escravos Modernos – Utopia, o princípio de todo o progresso”, uma peça que revisitou a vida e obra de Fernão Botto Machado. A aposta em diferentes géneros é para continuar?
CB: Claro que sim, é essa nossa abrangência que nos distingue e nos dá traquejo enquanto atores ou encenadores. Qualquer ator/encenador fica mais rico quanto maior for a diversidade dos projectos em que nos envolvemos. E, para 2016, estamos a preparar trabalhos que vão do drama à comédia, a possíveis trabalhos para crianças. E vejam só, tudo isto, feito por amadores que gostam de trabalhar com muito profissionalismo.
P: Já falámos em diversos projetos a implementar ou a dar continuidade em 2016. Como se gerem os recursos humanos existentes por tantas e tão diferentes produções?
CB: Essa é uma boa pergunta… mas penso que não é difícil de responder. Acima de tudo com uma grande força de vontade e de entrega do núcleo duro dos elementos que temos. Isso, acompanhado com o espírito de interajuda de muita gente que connosco colabora em várias atividades. Trabalho esse voluntário e, muitas vezes, em detrimento de muitas horas que podíamos passar com a família ou a descansar depois de uma semana de trabalho. Aproveito para deixar um agradecimento do fundo do coração a todos que ao longo dos anos têm ajudado este grupo a crescer.
P: Ter sucesso em 2016 é…
CB: Chegar ao fim do ano e ter a consciência do dever cumprido, que fizemos o que nos propusemos sem atropelar ninguém e, que quem tenha assistido às nossas atividades tenha saído com a vontade de voltar.
P: Por fim, uma mensagem para o público do Escola Velha.
CB: Quero dizer que o Escola Velha projeta as atividades a pensar nas pessoas, naquilo que a nossa população possa gostar. Assim, deixo um convite para que quem nos conhece continue a apoiar-nos e a vir aos nossos eventos e, quem ainda não teve oportunidade de nos vir conhecer, que o façam e possam depois dizer se vale ou não a pena Gouveia ter uma associação como o Escola Velha.
Carlos Bernardo (CB): Acima de tudo gostava de ver o grupo se não com uma dinâmica maior, pelo menos, com a mesma que tem tido ao longo destes anos. Penso que é do conhecimento de todos que o E.V é, sem dúvida, uma das colectividades do concelho de Gouveia que mais atividades promove ao longo do ano.
Gostava ainda que as pessoas vissem e reconhecessem o E.V, como uma colectividade de referência, que tem como palavra de ordem “a cultura para todos”.
P: Teatro, música, debates… o que mais poderá o público esperar do Escola Velha em 2016?
CB: Além de teatro, com duas novas produções e a Mostra de Teatro, continuamos com a boa música do nosso grupo de fados - que já se encontra a preparar outros tipos de espetáculos musicais, por forma a chegar e cativar outro tipo de público. Para este ano, temos uma novidade que é o ciclo de debates 2 À SEXTA onde pretendemos abordar os mais variados temas de forma séria e refletida.
Podem contar também com um conjunto de atividades como a formação dos elementos do grupo, podendo ainda haver a possibilidade de termos formação para crianças e jovens. Teremos também o Festival da Praça das Origens, com algumas inovações, o Centro de Recursos continua disponível e acessível a toda a comunidade, o Dia dos Amigos, a dinamização do nosso auditório com atividades organizadas por outras coletividades que assim o queiram, entre outras realizações que temos previstas no nosso plano de atividades.
P: Com produções tão distintas, que targets procura o Escola Velha alcançar com a sua atividade?
CB: A variedade das produções realizadas faz prova de que pretendemos alcançar o mais variado tipo de targets, até porque o Escola Velha tem conseguido ao longo destes 18 anos cativar um público das mais variadas faixas etárias e de gostos múltiplos. Sempre com o profissionalismo que nos é caraterístico e com um plano de atividades diversificado, queremos proporcionar bons momentos de cultura a todos os públicos.
P: Ao longo dos anos tem-se assistido a uma migração das populações do interior para o litoral. Como deve o grupo acompanhar esta tendência?
CB: O Escola Velha não quer acompanhar essa tendência, pelo contrário, nós queremos com as nossas atividades e dentro das nossas possibilidades, contribuir para reverter essa situação.
O que queremos é ajudar Gouveia e a nossa região proporcionando um conjunto de atividades culturais de modo a que a população não sinta a necessidade de sair para passarem bons momentos com boa cultura.
Sabemos que só por si o que fazemos não é suficiente, mas se todos nós que cá vivemos, fizermos o que nos compete, tenho a certeza que, com o passar dos anos, poderá haver um regresso de pessoas ao interior.
P: Que mudanças trouxe a nova Sede (inaugurada em Março de 2015) na dinâmica do grupo?
CB: Durante 17 anos, o Escola Velha saltou de espaço em espaço. Apesar de toda a instabilidade que isso possa ter provocado em todos os atores, encenadores, técnicos ou simples colaboradores, sempre nos empenhámos para fazer bem e com qualidade. Com uma sede nova, e com as condições que tem, tenho a certeza que vamos fazer ainda mais e melhor, ou melhor dizendo, já estamos a fazer mais e melhor, basta ver o que já realizámos desde a inauguração. E, não me refiro só às atividades que fizemos no novo espaço, refiro-me a todos os eventos realizados, porque com a nova sede, temos condições técnicas e logísticas que não tínhamos antes e isso permite-nos fazer mais e muito melhor.
P: No seu primeiro ano, o Auditório do Escola Velha recebe nomes tão distintos como Henrique Feist, São José Lapa (padrinhos da nova Sede), Carlos Mendes, Leitão Amaro ou Pompeu José. O caminho também passa por aqui?CB: Não tenho a mínima dúvida que sim. Pelo menos, é essa a nossa intenção. Aquando da inauguração, dissemos que esta nova sede não é só do Escola Velha. Sim, somos nós que gerimos, mas está aberta a toda uma população que queira aproveitar as condições do espaço para realizar os seus eventos. E isso já começou a acontecer, lembro que no ano passado a Junta de Gouveia comemorou o 1º de Maio nas nossas instalações e que o grupo NOW fez lá a apresentação do seu espetáculo.
O Escola Velha é, e sempre foi, uma coletividade aberta, não olhamos só para o nosso umbigo, nós queremos que Gouveia cresça económica e culturalmente e se houver um trabalho em parceria, temos a certeza que isso será bom para todos. Temos de aprender com os erros do passado e não começar a criar infra-estruturas sem regras. Se existe uma coletividade em Gouveia que tem um espaço com um auditório para cerca de 80 pessoas e está disponível para toda uma região, temos de o saber aproveitar e rentabilizar. Não podemos é estar a criar auditórios a torto e a direito em todas as associações, fazendo com que mais tarde ou mais cedo não haja gente para frequentar e aproveitar esses espaços.
P: Aquando da inauguração da Nova Sede, o Escola Velha presenteou Gouveia com um videoclip de homenagem à cidade. Da mesma forma, em Junho celebrou-se a tradição com o Arraial de Santo António e em Agosto voltámos a ter o Festival da Praça das Origens. Faz parte do ADN do Escola Velha recuperar as raízes e tradições gouveenses?
CB: Penso que devia fazer parte do ADN da maioria das associações do concelho recuperar as raízes e tradições gouveenses. Sou apologista da realização de eventos novos e inovadores, mas sou muito mais de revivermos e reinventarmos as nossas tradições. Não há futuro se esquecermos o nosso passado e, se a esse passado dermos alguma inovação, certamente que será uma aposta com futuro e do agrado de todos.
Mas também é necessário que quem organiza, tenha em atenção o que já é feito para não estarmos a fazer o mesmo que fazem os vizinhos do lado. É necessário fazer, mas fazer diferente para que todos possam ter o seu espaço.
P: Em 2015 esteve em cena a comédia “A Portuguesa Club” e “Escravos Modernos – Utopia, o princípio de todo o progresso”, uma peça que revisitou a vida e obra de Fernão Botto Machado. A aposta em diferentes géneros é para continuar?
CB: Claro que sim, é essa nossa abrangência que nos distingue e nos dá traquejo enquanto atores ou encenadores. Qualquer ator/encenador fica mais rico quanto maior for a diversidade dos projectos em que nos envolvemos. E, para 2016, estamos a preparar trabalhos que vão do drama à comédia, a possíveis trabalhos para crianças. E vejam só, tudo isto, feito por amadores que gostam de trabalhar com muito profissionalismo.
P: Já falámos em diversos projetos a implementar ou a dar continuidade em 2016. Como se gerem os recursos humanos existentes por tantas e tão diferentes produções?
CB: Essa é uma boa pergunta… mas penso que não é difícil de responder. Acima de tudo com uma grande força de vontade e de entrega do núcleo duro dos elementos que temos. Isso, acompanhado com o espírito de interajuda de muita gente que connosco colabora em várias atividades. Trabalho esse voluntário e, muitas vezes, em detrimento de muitas horas que podíamos passar com a família ou a descansar depois de uma semana de trabalho. Aproveito para deixar um agradecimento do fundo do coração a todos que ao longo dos anos têm ajudado este grupo a crescer.
P: Ter sucesso em 2016 é…
CB: Chegar ao fim do ano e ter a consciência do dever cumprido, que fizemos o que nos propusemos sem atropelar ninguém e, que quem tenha assistido às nossas atividades tenha saído com a vontade de voltar.
P: Por fim, uma mensagem para o público do Escola Velha.
CB: Quero dizer que o Escola Velha projeta as atividades a pensar nas pessoas, naquilo que a nossa população possa gostar. Assim, deixo um convite para que quem nos conhece continue a apoiar-nos e a vir aos nossos eventos e, quem ainda não teve oportunidade de nos vir conhecer, que o façam e possam depois dizer se vale ou não a pena Gouveia ter uma associação como o Escola Velha.